Mês das Mulheres na Target Diálogos – Estamos no mês das mulheres e hoje (15) também é Dia do Consumidor. Nesse momento de reflexão social, a nossa Diretora de Mediação e Desenho de Solução de Disputa, Patrícia Coelho, conversou brevemente com a algumas mulheres da Mediação. São profissionais que estão fazendo história no mercado de solução de conflitos e pudemos ter uma troca muito relevante.
A nossa primeira entrevistada é Alessandra Fachada Bonilha, advogada por mais de 30 anos e Mediadora Privada e Judicial, Especialista em Empresas Familiares.
Vamos conferir os comentários da profissional sobre ser mulher na Mediação:
Target Diálogos: Você já se sentiu discriminada ou tratada de forma injusta durante uma sessão de mediação por ser mulher?
Alessandra Fachada Bonilha: Eu me criei profissionalmente em ambiente machista, apesar do escritório do meu pai trabalhar com a maioria de mulheres. Tive que aprender a trabalhar, superando as dificuldades. O mundo é dinâmico e mudanças chegam, melhorou muito. Eu não usaria o termo “injusta” para falar em discriminação, porque por muito tempo, eu nem tinha consciência do que era isso, depois é que você vai tendo a percepção de que o homem, em algumas situações, leva a melhor. Na mediação somos escolhidos e, a depender de quem nos escolhe, estamos, por vezes, dentro de critérios subjetivos que vão para além do currículo.
Target Diálogos: Você acredita que as mulheres têm as mesmas oportunidades e voz que os homens durante o processo de mediação?
Alessandra Fachada Bonilha: Existe na nossa cultura uma questão de privilegiar certos assuntos aos profissionais masculinos. Fico feliz que os CEO e pessoas que tomam as decisões agora são do gênero feminino ou de gênero que tende a não olhar o gênero, mas sim apenas os hard e soft skills. Quem conduz o processo de mediação é o mediador, assim, o equilíbrio de vozes será pautado por ele.
Target Diálogos: Você já testemunhou ou foi vítima de assédio, seja verbal, físico ou emocional, durante uma sessão de mediação?
Alessandra Fachada Bonilha: Eu, graças a Deus, não passei por nenhuma situação de assédio. Evidente que durante sessões de mediação os ânimos podem sim se exaltar e o mediador está lá para cuidar dos mediandos. Vários recursos podem ser utilizados, vai depender do grau da discussão que os envolvidos estiverem e pode acontecer até de suspendermos a sessão, se for o caso. A evolução é visível e devemos sim marcar nossa posição, estar segura de quem somos e agarrarmos em nossas forças para seguir em frente e jamais desistir, assim como as que nos antecederam.
Continue acompanhando a gente por aqui, temos mais uma conversa incrível chegando!